RESPOSTA NA PRODUTIVIDADE DO RABANETE


RESPOSTA NA PRODUTIVIDADE DO RABANETE (Raphanus sativus) SOB ADUBAÇÃO MINERAL, ORGÂNICA, EM CANTEITO E SULCO

Julio Cesar Pires de Araujo; Wagner de Souza.


O trabalho foi desenvolvido no Assentamento Horto Ouro Verde, no Lote 39 na Horta de produção familiar, utilizando-se como adubo mineral o NPK (6-0-10) e como adubo orgânico esterco bovino e torta de filtro (sobras de bagaço de cana-de-açúcar das caldeiras da usina).

A área para implantação do experimento foi preparada com um implemento chamado tratorito, que tem a função de bater o canteiro, ou seja, afofar a terra para levantar o canteiro e para sulcar (Figura 1).

Após o preparo do solo foi levantado canteiro com auxilio de uma enxada (Figura 2), com 1m de largura x 4m de comprimento x 0,1m de altura, onde foram divididos em blocos de 1mx1m e divisões entre os blocos de 0,25mx1m (Figura 3).

Os sulcos foram feitos pelo tratorito,  nas dimensões de 20 cm de largura x 4m de comprimento, foram feitos cinco sulcos na horizontal, onde cada sulco corresponde ao numero de repetições, os tratamentos foram divididos na vertical, a divisão dos tratamentos forma de 0,25m (Figuras 4).

Para este experimento foi utilizado um delineamento com blocos casualizados (DBC), com cinco repetições, sendo realizados os seguintes tratamentos:

  • T1) adubação orgânica/esterco bovino (canteiro);
  • T2) adubação orgânica/torta de filtro (canteiro);
  • T3) adubação mineral (canteiro);
  • T4) adubação orgânica/esterco bovino (sulco);
  • T5) adubação orgânica/torta de filtro (sulco);
  • T6) adubação mineral (sulco).

Nos canteiros logo a pós o preparo do solo e de levantá-los, foi incorporado os substratos correspondentes aos tratamentos: adubação química mineral (T3),  foram colocados 100 g de NPK (), adubação orgânica (T1) 6 kg de esterco bovino e (T2) 6 kg de torta de filtro (Figura 5). Já nos sulcos, os substratos foram divididos em cinco partes, correspondentes ao numero de repetições, onde na a adubação química mineral (T6) foram colocados em cada repetição 20g de NPK (), com adubação orgânica (T4) 1200g de esterco bovino e (T5) 1200gde torta de filtro a cada repetição (Figura 6).

Logo após a aplicação dos substratos os canteiros foram cobertos com matéria orgânica morta (palha de grama) e regados manualmente com regador (Figura 7). Os canteiros foram encharcados e entraram em repouso de um dia para o outro para o plantio, isso foi feito para que os substratos tenham uma boa incorporação no solo.


As semeaduras no canteiro e nos sulcos foram realizadas no espaçamento de 20 cm entre linhas e entre sulcos, onde cada linha e sulco na vertical representavam uma repetição (Figura 8), o desbaste ocorreu quando as plantas atingiram entre 4 e 5cm de altura, o desbaste foi feito com o corte das plantas que estavam em excesso deixando entre plantas um espaçamento aproximado de 5cm (Figura 9).  Após a colheita, 35 dias após a semeadura, foram pesadas e contadas as raízes comerciais e com presença de rachaduras (Figura 10).

O rabanete foi colhido, 35 dias após a semeadura, contado e pesado direto no campo, apresentando os resultados referente a quantidade de raízes no gráfico 1. Com base nos resultados do gráfico, verifica-se maior quantidade de raízes tuberosas no tratamento onde foi aplicado NPK no canteiro (T3), porém, foi a que teve a maior porcentagem de raízes rachadas, o tratamento que apresentou maior numero de raízes comerciais foi o de adubação orgânica com torta de filtro em sulco (T5), os tratamentos que obteve o menor resultado em numero total de raízes comerciais foi o de adubação orgânica com esterco bovino em canteiro (T1).

 
   

Ao contrário, verifica-se menor produção, em quantidade, no tratamento com adubação química e orgânica associadas. Tal resultado é totalmente contraditório, pois o esperado seria obter maior quantidade de raízes tuberosas nos tratamentos com adubos, seja sintético, orgânico ou com a mistura de ambos.

 
   

Entretanto, tal resultado pode ser explicado por três supostos motivos. De acordo com a análise de solo, apresentada na Tabela 01, mesmo faltando alguns nutrientes, o mesmo encontrava-se boa quantidade residual das culturas anteriores. Além disso, no período de cultivo, ocorreram fortes precipitações, o que fez possivelmente muitos dos nutrientes se perderem por lixiviação em todos os tratamentos, reduzindo a diferença entre eles.

Outro fator a ser levado em consideração é a prática do raleio de plantas quando estas possuíam em torno de cinco centímetros de altura. Uma das hipóteses para este resultado inesperado pode ser um possível trato cultural mal executado, sendo retirada maior quantidade de plantas nos tratamentos com adubação.

26-07-2012

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